quinta-feira, 12 de julho de 2007

Telê Santa e o time dos sonhos de 82 (que acabou em pesadelo!)

Pois é, lá se vão 25 anos desde a conhecida Tragédia do Sarriá, na Copa do Mundo de 82 da Espanha. Era o dia 05 de julho e o Brasil precisava apenas de um empate contra um desacreditado time da Itália para seguir rumo à semifinal – e muito provavelmente ao título. A campanha até então tinha sido maravilhosa: jogando um futebol envolvente - para muitos, o canto do cisne para o futebol-arte - o Brasil deu "porrada" em todo mundo na primeira fase (tudo bem, pegamos URSS, Escócia e Nova Zelândia, mas ainda assim o futebol brasileiro era mágico) e nas quartas-de-final, à época disputada em grupos de 3 times, cacetou logo de cara a Argentina, atual campeã à época, enfiando 3x0. Foram quatro vitórias em quatro jogos.

E a Itália? Foi para as quartas-de-final após três empates com Polônia, Peru e Camarões! Tirou a vaga dos africanos no saldo de gols! Conseguiram vencer os argentinos por 2x1 e foram bater de frente com a seleção canarinho. Diante as campanhas dos times até o embate direto, aos brasileiros era preciso apenas um empate contra aqueles cabeças de burro...

Mas um tal Paolo Rossi, que não tinha feito nehum gol até enfrentar a seleção brasileira, além de ter sua escalação no time italiano questionada por toda uma nação, apareceu. Surgiu dos meios do último círculo do inferno dantesco, levantou-se tal como uma Fênix em meios às cinzas e apunhalou mortalmente e por três vezes não somente uma obra de arte do futebol, como era conhecida aquela seleção de Telê - sem chauvinismo - e sim todo uma era conhecida como futebol-arte. Falo sobre isso mais adiante. O fato é que o ex-presidiário Rossi – envolvido em escândalos de uma máfia esportiva –, conseguiu fazer três gols contra o Brasil e iniciou ali a sua caminhada rumo à artilharia do campeonato, além de ser decisivo para a conquista do título para o seu país.

Nem o golaço de empate de Falcão no segundo tempo serviu para parar o ímpeto daquele demônio vestindo azul. Foi um impacto muito grande para o futebol mundial, algo semelhante, seguramente, à derrota da mágica Holanda de 1974. Muito se especulou sobre os motivos da derrota do Brasil para a Itália, porém o horror já estava concretizado e os italianos, se serve de atenuante para uma dor profunda de todos os amantes do futebol, foram campeões.

No entanto, alguns detalhes, se não realizados, poderiam ter mudado a história. Se Toninho Cerezo não tivesse perdido a bola numa jogada boba no meio de campo e ela não fosse parar nos pés de Rossi; se o juiz maluco israelense tivesse dado um pênalti escandaloso em cima de Zico, a ponto do galinho ter sua camisa rasgada; se a bola do último e fatal gol de desempate, nascida de um escanteio, não tivesse caído nos pés dele... contudo "se" nunca mudou a história e somente serve para especulção.

Quanto ao fato de o futebol-arte ter morrido – ou começado o seu martírio – naquele dia, não sou eu quem afirma isso, não. Apenas reproduzo um diagnóstico confiável, dado por vários conhecedores a fundo do futebol mundial. Para incontáveis experts – não sou muito fã de tal "adjetivo", mas... – , depois da eliminação trágica daquela Seleção Brasileira, o futebol mundial começou a conhecer uma era de força e pouca beleza, ainda que presente em um punhado de
seleções, de times, aqui e acolá. Passou-se a valorizar o futebol de resultados.

Se lembrarmos da Copa de 2006, temos de dar o braço a torcer: o futebol arte já saiu de cena há muito tempo. Aquela copa – em minúsculo como deve ser – foi o auge da mediocridade para o futebol mundial. Tosca a não mais poder. Foi vencida pela Itália...




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