segunda-feira, 16 de julho de 2007

As vaias da discórdia – e quais não são?

Ai, ai, ai. Estão rendendo as vaias "oferecidas" ao presidente Lula na festa de abertura do Pan. Comentaristas, jornalistas, especialistas, todos têm uma versão para o motivo das vaias ao presidente.
 
Uns enxergam a "luta de classes" mais uma vez presente, pois seriam os "ricos" presentes responsáveis pelos apupos. Outros trilham o caminho da teoria conspiratória, acusando o prefeito César Maia como responsável pela orquestração da manifestação sonora mais temida por personalidades, não importa a qual esfera pertençam.
 
A verdade é que Lula não é unanimidade, isso fica bem claro mesmo na parcela de votos válidos recebidos pelo presidente. À época muito se falou que fora algo magnífico ele ter ganho com pouco mais de 59 milhões de votos válidos. No entanto, se partimos da quantidade de eleitores possíveis – algo acima de 120 milhões – para analisar essas conformidade e simpatia gigantescas para com Lula, percebemos que a coisa não é tão fácil assim, como querem os entusiastas "lulescos".
 
Quanto ao fato de atribuírem ao sr. Maia a responsabilidade pelo acontecido, acho meio furado. Ora, seria mesmo possível o prefeito ser capaz de arquitetar um plano de alcance de, sei lá, 70, 80 mil pessoas para vaiar o presidente? Que tenha oferecido cortesia a áulicos e caudatários, isso não tenho dúvidas. Contudo, daí a conseguir colocar quase 9 dezenas de milhares no Maracanã, acho pouco provável.
 
Não se pode esquecer que César Maia foi eleito também com um quantidade expressiva de votos e estava em seu reduto, em sua casa. Além disso, sempre fez questão de mostrar-se à frente das obras do evento e, bem ou mal, isso pesa para as pessoas que acompanham os acontecimentos ao longe ou mesmo de passagem. Por isso, creio ser pouco real uma ação orquestrada nas dimensões vistas.
 
Também essa história de divisão simplista entre ricos e pobres é algo pouco sustentável. Com ingressos a 25 reais, duvido que a cerimônia tenha sido exclusiva para manda-chuvas. E outra: quando Lula fala para grupos de empresários, não são poucos os aplausos – e nenhuma vaia até onde me Lembro.
 
Vaia ele já recebeu foi de muitos grupos de trabalhadores e sindicalistas mais radicais em suas viagens pelo Brasil. Fica difícil dizer que entre estes, os abastados estão presentes.

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