terça-feira, 30 de outubro de 2007

O filósofo do “carvalho”!

Quem acompanha, mesmo regularmente, as polêmicas intelectuais e políticas nos últimos 10 anos, com certeza conhece o filósofo Olavo de Carvalho. Desde meados dos anos 90 ele vem polemizando com a esquerda, partindo – intelectualmente – para o pau sem concessões. Seu cartão de visitas, apresentado para o mundo acadêmico, leitor comum de jornais e simples observadores políticos foi a obra “O Imbecil Coletivo”. Nesta, a intelectualidade brasileira à esquerda, sofreu com ou sem razão. Na época teve até ajuntamento no Jornal do Brasil de Marilena Chauí, Leandro Konder, Muniz Freire, entre outros, para respondê-lo. Olavo não deixou por menos e devolveu. Algumas manifestações foram parar na justiça. Está tudo registrado no site do polemista.

Carvalho segue o estilo “pitbull” da filosofia: morde e sacode até a “vítima” não suportar. Emir Sader tomou algumas e preferiu o silêncio afetado de pseudo-sábio.

Olavo de Carvalho passou por diversos jornais e a revista Época. De todos saiu esbravejando, dizendo-se perseguido por esquerdistas. Talvez seja um sintoma de megalomania, crendo ser uma espécie iluminada de analista da realidade. Fato é que, mesmo esculachando a FSP por exemplo, ainda hoje tem espaço por lá, sendo procurado para entrevistas ou tendo seus livros lá resenhados. Para ele, tudo não passa de estratégia da hegemonia esquerdista, buscando álibi para dizer que a direita tem espaço na grande mídia.

Hoje o filósofo se encontra no JB e no Diário do Comércio, escrevendo para eles lá dos EUA. Mas o ápice do estilo “olaviano” é o seu programa de rádio transmitido de sua casa para todo o mundo via internet.

A despeito de seu conhecimento filosófico, no tal programa via internet, Carvalho destila um tratado nada erudito de palavrões, entre denúncias contra a revolução comunista em marcha e as patacoadas da política e do comportamento social no Brasil e no mundo. Parece um adolescente tentando mostrar rebeldia escandalizando os puristas com vocabulário chulo.

Ontem o programa foi impagável. Olavo começou desancando duas professoras brasileiras que utilizaram métodos, digamos, sacanas de ensino. Uma, Adriana Guimarães, responsável por ministrar a disciplina de Células e Moléculas no curso de Biologia, do Centro de Ciência Biológicas da Universidade Federal do Pará, convocou alunos do 1° período a coletar sêmen para aulas em microscópios. Algo fora do procedimento. Dois alunos recusaram-se e foram repreendidos pela professora. O filósofo não teve dúvidas: aconselhou os alunos a chamarem a mestra para executar o procedimento necessário até encher o tubo de ensaio!

Outra, Raimunda Gomes Castro, também no Pará, apelou ao método “olaviano”, ordenando aos alunos escreverem uma redação abarrotada de palavrões. Quem se recusou, foi constrangido perante aos outros alunos. Para Olavo tudo não passa de indução de comportamento, um método perverso das professoras, corroborado pela ONU para a transformação sutil das crianças. E mandou as professoras, acusadas de “biscas”, tomar no extremo orifício do reto – ou popularmente falando, cu. Além aconselhá-las mamar um pênis – no mundo pornô, “piroca”.

Segundo ele, palavrão é a única forma de comunicar-se em certos momentos. No entanto, não é válido passar tal método argumentativo sutilmente para as crianças.

E no decorrer do programa teve para todo mundo: o governador Sérgio Cabral, alunos universitários maconheiros e leitores de Foucault, Che Guevara “cagão”, Condoleezza Rice,Otávio Frias Filho, da FSP, donos do Globo. Aliás, os jornais para ele não servem nem para substituir papel higiênico. Falou sobre o dia em que mandou 300 sem-terras calar a boca e ficaram todos tremendo de medo. Também defendeu a guerra no Iraque.

Por fim, mandou igualmente Drauzio Varella tomar ânus adentro, por ter dito que o crime é uma instituição de direita.
Os interessados em ouvir um programa mais humorístico – para maiores, claro – que informativo, é uma opção do “carvalho”.

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