sábado, 27 de outubro de 2007

Mino Carta, a Globo e a incongruência

Leio Carta Capital sempre quando oportuno, assim como as outras revistas semanais. Apesar de certas posições de sabujice ao governo Lula, pode-se refletir sobre seu conteúdo.

Mino Carta, é dono da revista e tem um blog, onde publicou uma nota explicando o porquê de não aceitar um anúncio da Globo nas páginas de seu semanário. Em tempo: a Globo, juntamente com a Folha de São Paulo e outros jornalões, foi acusada por Carta de tentativa de golpe nas últimas eleições, ao expor às vésperas do escrutínio o dinheiro usado por petistas para comprar um dossiê fajuto, no intuito de atingir José Serra. Lula teria sido o prejudicado, tendo de definir a disputa em segundo turno.

Mino também lembra o passado tenebroso da emissora no mundo da comunicação e seu envolvimento com a ditadura, manipulações diversas e outras facetas pouco lisonjeiras do império Global.

No entanto, alega não ter colocado o tal anúncio na edição especial – referente às empresas mais admiradas do Brasil, uma tradição de Carta – por considerá-lo ofensivo. Dizia o seguinte: “De tanto nos investigar, a CartaCapital acabou descobrindo o que você já sabia”. Caso tivessem aceitado mudar o conteúdo, seriam anunciados.

Mino Carta parece sofrer de síndrome do socialismo chique. Critica acerbamente os donos do poder, o mercado livre, mas não resiste a uns milhares pingando em sua conta. Certa vez, mesmo contrário a produtos transgênicos, publicou anúncios da Monsanto, uma das maiores empresas produtoras de alimentos modificados geneticamente. Após certo tempo e recebimento de protestos dos leitores, parou. Agora, mesmo relembrando as peripécias nada decentes da Globo, tem a desfaçatez de dizer que, caso o anúncio fosse alterado, publicaria em sua revista.

Ora, se algo não presta, por que estampar festivamente na publicação? Estranha lógica do Mino...

Um comentário:

iendiS disse...

Ora, não houve desfaçatez nenhuma de Mino e de Carta Capital nesse episódio. Recusou-se a publicar um anúncio que lhe era ofensivo, ao mesmo tempo que reconheceu que, enquanto empresa que vive - também - da publicidade, estaria disposta a publicar um anúncio que não os ferisse. Coisa normal. É direito da revista recusar o anúncio, como é direito de qualquer empresa não alterá-lo e preferir não anunciar. Ademais, o próprio Mino dá a entender, se o dinheiro da Globo fosse o mais importante, teria aceitado o anúncio de qualquer jeito.

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