quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Vitória petista-comunista?

Dia desses, passei no horário do almoço pela tradicional Praça 8, no centro da capital. Está localizada próximo ao Porto de Vitória, símbolo histórico do estado por guardar a memória dos primeiros grandes negócios, do incipiente comércio fomentado pelos imigrantes.

Funcionários da prefeitura - se não me engano -, sob o comando do petista João Coser, estavam instalando enfeites de luzes em forma de estrelas e globos. Até aí, nada de mais. Outras praças e pontos históricos, como o Parque Moscoso, estão apinhados de aprazíveis e coloridos enfeites semelhantes. Até oferece um ar mais alegre ao cada vez mais esquecido Centro de Vitória.

No entanto, ao deixar o serviço à noite e passar pela mesma praça, fico surpreso: os mesmos enfeites coloridos de outros cantos da cidade, ganharam uma única cor: o vermelho. O número de estrelas parece ser bem maior também do que em outros cantos.

Pensei comigo: se fosse adepto de teorias conspiratórias, diria que por trás disso tudo há uma mensagem oculta - para os incautos. No entanto dei de ombros e segui o meu caminho.

Qual não foi a minha surpresa ao passar pela praça nos últimos dias - passo por ela todos os dias - e deparar-me com enormes painéis temáticos, com fotos da época asquerosa da ditadura militar. São retratos em preto e branco dos ditadores militares, dos guerrilheiros, das diretas, dispostos como um círculo com duas aberturas nas extremidades. Confesso que deparar-me com fotos gigantes que relembram aqueles anos terríveis, me causam certo desconforto.

Obviamente, trazem mensagens relembrando a anistia, as diretas, pela memória dos mortos e desaparecidos. Contudo, a nuvem do vitimismo paira sobre os painéis dos guerrilheiros. Não concordo com o assassinato e a tortura, mas o péssimo hábito de se vitimizar grande parte dos guerrilheiros como se fossem heróis da liberdade contra a ditatura é um dos maiores embustes da história nacional. À excessão dos que investiram apaixonadamente na luta contra os ditadores, gente como Lamarca, Marighella, José Dirceu, entre outros famosos, sabiam exatamente o que queriam: trocar de ditadura. Admirem sua valentia, seus ideais, mas nunca os chamem de lutadores pela liberdade, pela democracia. É mentira.

Vou ver se tiro umas fotos da praça à noite. Quero guardar para a posteridade o dia em que tivemos a nossa Praça Vermelha...

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