terça-feira, 13 de novembro de 2007

PT & PSDB: irmãos que se estranham

Na arena política, ideólogos são os mais propensos a "morrer" primeiro. Apegam-se tanto aos seus dogmas a ponto de não perceber o óbvio ululante, como diria aquele saudoso velhinho detestado por crentes do "lado de lá" e do "outro" também.
Quando alguns céticos, como eu, apontam dizendo ser PT e PSDB mais parecidos que distintos, os fundamentalistas da ideologia salvadora se horrorizam. Certa vez, um afetado intelectual de corredor – aluno pedante, que se quer pensador – quase me mandou para o calabouço onde repousavam sua petulância e conhecimento de boteco. Apenas comentei o quão similar eram certas características das ações adotas pelo governo tucano e petista. Para o infenso, preso dentro de esquemas seculares e radicais de conceitos sobre esquerda e direita, eu era um ignorante. Jamais poderia comparar o governo "esquerdista" do PT com o do "direitista" PSDB.
Não adiantou elencar os fatos, demonstrando a aproximação dos partidos. A criaturinha, entronada no cume de sua "sapiência", não quis saber. Arvorou-se detentor de anos de estudos (!) autônomos sobre ciência política e desistiu do debate. Depois disso, referia-me sempre a ele como "Cientista Político Informal de Corredor".
Qual não foi a surpresa de muitos – quando não simples pavor – ao tomarem conhecimento, em 2004, da conversa entre Cristovam Buarque, à época recém-saído do Ministério da Educação do governo petista, e Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente "neoliberal" do Brasil. Em meio a diversas impressões e análises da conjuntura política do país, FHC deixa claro que a diferença entre os partidos é por causa do poder e não por ideologia. Quem procurar no Google acha a entrevista na íntegra. Vale a pena. Acima de tudo, uma boa lição de ciência política para incautos.
Esta semana deparo-me novamente com a tese dos partidos irmãos que se estranham. O senador petista Tião Viana, presidente interino da casa durante a ausência de Renan "Canalheiros", deu uma boa entrevista a Istoé. Falou sobre a crise no senado, da falta de equilíbrio entre os três poderes, da idéia doidivanas do 3° mandato de Lula, entre outros assuntos.
No final de sua entrevista responde sobre uma eventual aproximação entre tucanos e petistas. Suas palavras: "Nós e o PSDB temos diferenças ideológicas muito pequenas. Nós tivemos origem na base do movimento social, e o PSDB na base do movimento intelectual. Mas a nossa separação se deu muito mais pela disputa de poder."
Fico pensando o que diria o caro colega "Cientista Político Informal de Corredor"...



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