terça-feira, 20 de novembro de 2007

Estado execrável, sociedade lazarenta. Bem vindo ao Brasil!

O montante de lixo é colossal. Contudo, alguém tem que fazer o trabalho sujo.
 
No Pará. Uma adolescente de 15 anos é detida por furto. Levada para uma delegacia, presídio ou latrina similar, é colocada entre várias presos adultos. Sim, detentos do sexo masculino. Fica nesta situação por mais de 30 dias. Somente é liberta quando dois conselheiros tutelares tomam conhecimento do caso horrendo e visitam o depósito de gente. Alegação das bestas responsáveis pelo fato: não havia ala feminina na unidade. Foi aberta uma sindicância para apurar o caso.
 
Em São Paulo. Um vigilante transtornado com o fim de seu relacionamento dirige-se até o local de trabalho da ex-noiva, namorada, já não me lembro, e a faz refém juntamente com o seu patrão. Após algumas horas de negociação, o chefe da jovem é liberado. Ela fica junto ao ex, ficando algemada a ele. Os policiais prosseguem dialogando com o rapaz e quando imaginam caminhar para uma operação bem sucedida, ouvem dois tiros. Ao invadirem o estabelecimento, encontram agonizando a moça e o rapaz insanamente apaixonado. Ele tinha 23 anos, ela 18. E estão mortos.
 
Ele já tinha feito ela refém em junho deste ano. Na ocasião, entregou-se e foi preso. Autuado por cárcere privado e posse ilegal de armas, ficou preso durante um mês. Uma juíza concedeu-lhe liberdade. Não foi preciso nenhuma avaliação psicológica aparentemente.
 
Rio de Janeiro. Uma família de turistas italiana deixa um quiosque e passeia pelo calçadão de uma praia da zona nobre carioca. Repentinamente, um sujeito aparece de bicicleta e puxa o cordão do pai na família. Um dos filhos alcança o bandido e se atraca a ele no asfalto. O marginal consegue se desvencilhar e foge. O turista termina estirado na avenida, após ser atropelado por um ônibus.
 
Tudo isto veio ao conhecimento do público ontem. Internet, televisão, rádio, jornais impressos, não importa. Está tudo no ar. E o ar é pesado, denso, insuportável.
 
Este é o nosso país. Um Estado incapaz de fazer cumprir o dever ao qual foi incumbido. Uma sociedade eternamente imersa num lodaçal letárgico, estéril a ponto de não ter a energia necessária para botar o dedo na cara dos inoperantes à frente do Estado e obrigá-los fazer funcionar a máquina como deve ser.
 
A classe "medíocre" ou a "altamente" decadente vai cobrar as autoridades o cumprimento da legalidade no caso dos policiais marginais que colocaram a adolescente entre encarcerados adultos? No máximo uma passeatazinha estúpida pelo fim da violência que afeta suas áreas ditas nobres.
 
Os defensores dos direitos humanos vão cobrar o Estado pela morte do turista gringo? Talvez tomem as dores no caso da adolescente, oficializem uma denúncia e só. Ideologicamente, pode não valer o esforço de aparecer nos meios de comunicação denunciando a irresponsabilidade policial.
 
Nós vamos pressionar as instituições para que elas funcionem decentemente de uma vez por todas e evite deixar sair às ruas quem não estiver realmente em condições? Qual o quê! Eu, daqui do meu canto obscuro, externo minha indignação. Procuro a massa para me unir a ela e o que encontro? Meia dúzia de gatos pingados, a maioria guiada por ideologias fracassadas. Resigno-me e retorno à insignificância. Acabo por contribuir com a pasmaceira de nossa sociedade.
 
Quando a bomba explodirá?


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