Li no blog de cristaldo, um artigo enfezado sobre uma matéria na VEJA desta semana acerca da tara de alguns milionários em ostentar bolsas de grife que valem entre 37.000 e 80.000 reais, podendo chegar a 285.000 reais se adornadas com diamantes sobre couro de crocodilo.
Fui à biblioteca do meu trabalho pegar a revista e verificar o motivo de tanta inconformação do blogueiro. Realmente o cara tinha razão: para satisfazer os desejos infindáveis de ricos alienados, existe uma produção restrita de bolsas femininas a preços estratosféricos.
Na explicação para o lançamento no mercado de peças que, de tão exclusivas, produzem-se somente algumas parcas dezenas, está o desejo da restrição: mesmo peças luxuosas tendem a popularizar-se entre os ricos a ponto de se perder o encanto de usar algo que, muito provavelmente, um grupo de peruas usará na próxima reunião da high society. Logo, é preciso satisfazer a ânsia de ostensão exclusiva, mesmo sendo necessário pagar 10, 20 ou 30 vezes mais por uma bolsa.
Sinceramente, é algo intrigante. Não se trata de mero despeito dos ricos, não. Apenas é desolador saber o quanto a vaidade humana pode levar as pessoas a atos tão medíocres quanto a pretensão de demonstrar o que se é, pelo que se tem. Gastar tanto dinheiro em um artefato fútil para impressionar seus semelhantes mentecaptos apenas, não parece ser lá muito inteligente.
Seria a utilidade da futilidade, a explicação mais plausível para tal comportamento, dentro da ótica liberal. No entanto, pode ser sintoma de uma era de descartabilidade, onde o valor das relações interpessoais passa pelo objeto em poder do indivíduo - um fetiche...
O velho Marx pode ter errado muita coisa, mas sua crítica a certos hábitos bizarros do capitalismo continua atual
terça-feira, 26 de junho de 2007
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