quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Reformando “noça lingua”

O presidente Lula assinou essa semana o decreto da reforma oficial da língua portuguesa. Ainda que soe como um sinal dos tempos para alguns críticos mordazes – "tinha que ser Lula, analfabeto, simplificando a gramática" –, a verdade é bem outra.

 

Primeiro, a reforma é uma convenção entre países de mesma língua, discutida por uma plêiade – uau! – de pensantes das letras há mais de uma década. Segundo que mesmo abolindo hífens e tremas, no caso dos primeiros isso não acontece plenamente e ainda o enfiam em algumas outras palavras mais, tal como microondas – passará a ser micro-ondas.

 

Existem outras alterações capazes de gerar mais confusão do que facilitação. Para mim, hífen e trema têm mais que ir para o espaço. Não se trata de apoiar qualquer mecanismo de simplificação de nossa língua, como por exemplo o minimalismo grotesco reinante nas conversas via internet, que enche os olhos até mesmo de alguns "mestres" das letras.

 

No entanto, algumas modificações devem ser bem vindas, haja vista a torrencial chuva de regras que afoga desde o mais simples cidadão bem como intelectuais, docentes universitários e jornalistas. Coisa de louco.

 

A propósito, Monteiro Lobato, um dos grandes escritores brasileiros, era avesso a complicações na língua portuguesa. Logo na abertura de sua obra "Cidades Mortas" é apresentada uma "Ligeira nota sobre a ortografia de Monteiro Lobato", onde o homem desanca uma tal regra de acentuação via lei, de sua época. Lobato era favorável a lei do menor esforço para as línguas. De certa forma, tinha muita razão.

 

Agora, uma coisa acabou esquecida em toda essa história foi a famigerada crase. Êta maldito acento resultante da contração "aa" que me enche o saco. Deveriam ter enviado o infeliz pros quintos também.



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