sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O problema do proselitismo

Não gosto de militância. Talvez seja o estilo adotado por qualquer militante, o religioso fundamentalista. Quando se adota tal posição, invariavelmente se descamba para a intransigência, além de se equivocar em suas próprias tomadas de posição. Reivindicar o justo é direito e deve ser feito. No entanto, quando se apega a certas idéias de maneira inflexível, isto pode torna-se um grande problema.

 

Entre minhas leituras diárias, está o blog de Reinaldo Azevedo. Odiado pela esquerda proselitista, ele é um cara capaz de despertar paixões à esquerda ou à direita. Seu livro, "O país dos petralhas", é um dos mais vendidos no momento, apenas pouco mais de um mês de seu lançamento. Apesar de seu conservadorismo em excesso, curto o estilo de combate intelectual do Reinaldo. Costuma ser bem consistente, na maioria das vezes até mais que muito dito intelectual profissional-acadêmico, digamos assim.

 

Contudo, por ser apegado a certas posições de forma intransigente, até mesmo Reinaldo comete erros. Nesse caso da greve dos policiais civis em São Paulo, ele evidencia suas contradições. O conservador sempre se diz um defensor inegociável da lei. Porém, quando a lei vai contra seus princípios conservadores, passa a ser mal vista, como é o caso da legislação que permite greve ao trabalhador da área pública.

 

Fico a pensar: será que Reinaldo apoiaria um movimento pela mudança ou mesmo o fim da lei que defende a greve ao funcionalismo público? Mas aí ele abriria espaço para as reivindicações de alguns progressistas que tanto divergem da lei e lutam por mudanças na mesma, algo combatido pelo articulista.

 

Radicalismo é um mal em si. Defender princípios é válido. Fazê-lo a qualquer custo pode lhe custar a coerência.


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