sexta-feira, 15 de maio de 2009

Enc: Uns discos – Titãs


O Titãs anda meio perrengue. Já não tem aquela força de outrora e nos últimos 11 anos o negócio foi ficar mais no remember – próprio ou dos outros –, seja em discos ou shows, do que discos de inéditas. Não que eu ache isso totalmente ruim. Produziram algumas coisas interessantes como o "Acústico MTV" e outras razoáveis como o 2º acústico e o disco de covers, "As 10 mais", bem como "MTV ao Vivo Titãs". Essa última turnê, juntamente com os Paralamas do Sucesso, talvez tenha rendido bons momentos.


No entanto quero escrever sobre outra coisa. Especificamente dois discos da carreira do Titãs não muito lembrados: o de estreia e o "Tudo ao mesmo tempo agora". Isso porque ando fazendo uma busca em minha cdteca, gravando para meu computador várias músicas para posteriores coletâneas em mp3, a serem ouvidas nas tardes de sábado com um bom destilado ou mesmo uma cerveja bem gelada.


Decidi fazer um apanhado de cada disco das bandas que tenho. Vou ouvindo música por música, buscando coisas além dos hits óbvios. Descubro – ou redescubro – muita coisa boa. Outras nem tanto. Vale à pena. Mas voltemos aos Titãs.


O primeiro disco do Titãs é esquizofrênico, meio mórbido mesmo. Tem reggae, new wave e até brega – chego lá. Abre com a clássica e trivialmente maravilhosa "Sonífera Ilha". Hit instantâneo. Depois passa por "Marvin", "Babi Índio", "Go Back", "Pule" e "Querem meu Sangue", só para ficar no que seria, talvez, o lado A do vinil à época – 1984. Vou abster-me de comentar "Babi Índio" e "Pule"; são toscas lírica e musicalmente. "Babi índio enjoy selva coca cola", diz o início da 1ª. Seria efeito do concretismo ou os caras já anteviam os índios do século XXI com celulares e carros, mas sem abri mão da mãe-selva? A segunda, com certeza tem "concreto" na essência – a letra tem dedo de Arnaldo Antunes. Bem, acabei comentando. Volto-me ao que interessa.


"Marvin", "Go Back" e "Querem meu Sangue" são grandes canções? Não aqui. No meio da ainda efervescente new wave no Brasil, os caras fizeram um disco atirando para todos os lados e essas músicas sofreram influência do reggae – tocado insossamente. Tanto é que, das três, a primeira e a segunda foram regravadas posteriormente, com arranjos decentes e tornaram-se sucesso. A terceira recebeu uma roupagem de primeira no 1º acústico dos caras com direito a participação do "dono" dela em inglês, Jimmy Cliff, e aí sim se tornou uma indispensável canção.


Quanto ao restante do disco, ainda encontramos músicas como "Mulher Robot" e "Seu Interesse", que nada têm de interessante, e "Toda Cor", outro sucesso e ótima canção de levada new wave. Também inventaram uma versão em português para "Ballad of John and Yoko" extremamente exótica. A letra tem coisas do tipo "Cristo não é biscoito" e "Cristo não é fumaça"; um negócio esquisito. Contudo é a bregaça "Demais" que me espanta nesse disco. Se derem para um jovem nos dias de hoje escutar essa pérola e outra música tipo "Porrada", do disco "Cabeça Dinossauro", e pedirem para achar alguma relação, eles ficarão abismados com o inquiridor. Nunca diriam serem da mesma banda.


Produzido por Pena Schmidt, o 1º Titãs vale muito mais como registro histórico da banda do que propriamente um bom disco. Igualmente seria o capítulo inicial da história mutante-musical dos caras. Cada disco é praticamente um estilo, de preferência se estivesse evidenciado.


Na próxima postagem uma incursão no incompreendido "Tudo ao mesmo tempo agora".



Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes


Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes

Nenhum comentário:

Powered By Blogger