terça-feira, 11 de março de 2008

“Onde os Fracos Não Têm Vez”. Simplesmente arrebatador

No último fim de semana assisti o filme “Onde os Fracos Não Têm Vez”, dirigido pelos badalados irmãos Joel e Ethan Coen. Até então tinha assistido somente “O Grande Lebowski”, uma comédia ácida e inteligente. Gostei muito deste, mas “Onde os Fracos...” é sublime. Na verdade não sei se a obra em si é estupenda ou a atuação do ator espanhol Javier Bardem é o que a faz tão grandiosa e merecedora dos prêmios no último Oscar.

A trama inicia-se num deserto do Texas e termina numa rua da cidade. O rastro de morte deixado por Anton Chigurh – personagem de Bardem – é o elo indelével que os une.

Anton é um assassino psicopata cumpridor de seu compromisso: reaver uma maleta com 2 milhões de dólares achada pelo caçador Llewelyn Moss – interpretado por Josh Brolin – em meio a cadáveres de traficantes e animais após um tiroteio insano. Moss percebe o quanto está tão encrencado como supostamente milionário ao retornar ao local das mortes e do dinheiro. Interessados diretos no negócio frustrado igualmente aparecem no local e o descobrem que lhes falta algo. É na seqüência que Anton parte atrás do responsável pelo sumiço da mala com o dinheiro e vai devastando seus obstáculos.

O assassino é imperturbável – mesmo com seu penteado chanel. Sua face vincada, seu olhar impenetrável e uma vontade insana de fazer cumprir suas regras. Anton, todo – ou quase – de negro tal qual a morte, é um homem que decide, quando acha conveniente, quem deve viver com uma simples moeda. E isso em amplo sentido. Não gosta de sujar os sapatos – ou as meias – com o sangue de suas vítimas. Anton Chigurh é o anti-herói, o tirano que hipnotiza, causa fascinação. Tem seu lugar garantido na galeria dos grandes celerados ou niilistas do cinema, ao lado de Alex (Laranja Mecânica) e Tyler Durden (Clube da Luta), para ficar em dois exemplos que gosto muito.

Assisti “Onde os Fracos...” numa versão pirata. E como aconteceu com tropa de elite, desejo vê-lo no cinema. A obra é um tratado artístico sobre a violência.

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