quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Procurador da cachaça chama negro em tom jocoso, mas diz que foi meu nego

Já tratei do assunto de abuso de autoridade e preconceito no blog. Mas a cada caso novo fica difícil não se indignar e voltar ao caso. A mais nova novela boçal foi estrelada por um procurador de Tocatins, após ser detido dirigindo embriagado. Toda a ação da PM de Palmas foi gravada por um policial.

Ouriçado por estar detido, o procurador não se conformava. Dizia a todo instante que era rico, que ganhava 12 mil por mês, exibia carteira de procurador e ameaçava botar os pm’s na rua. Não satisfeito, disse após ter achado sua carteira de procurador: "Quero ver esse negro me filmar o tempo todo". O policial registrou queixa contra injúria racial.

Pois é, não bastasse a clara tentativa de abuso de autoridade ao querer intimidar os policiais arvorando-se procurador, o elemento, arroubado pela marvada pinga e por sua condição profissional, ainda teve acesso racista. Apesar de crime, preso ele não vai. E na minha opinião, nem precisa. Bom mesmo seria uma multa pesada e a freqüência em um projeto de educação sócio-cultural – se existisse – para tentar aprender, mesmo depois de velho, a tratar seu semelhante.

Ontem, assistindo ao jornal, o sujeito disse ter sido mal interpretado. Ele teria se dirigido ao policial de forma íntima, digamos assim, e dito algo do tipo meu nego. Além de tudo, como sempre acontece nesses casos, não se mostra homem o bastante para assumir o erro.

A propósito sobre isso de nego, negro Reinaldo Azevedo escreve indignado em seu blog contra a patrulha politicamente correta que fez mudar o título do livro de Agatha Chistie O Caso dos Dez Negrinhos para E Não Sobrou Nenhum. Também acho uma bobagem no caso em questão. Contudo Reinaldo se equivoca ao achar que negro não tem conotação racista no Brasil. Como ele pode ver, depende de como se fala.

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