sexta-feira, 18 de julho de 2008

O câncer está adormecido em nós

Há algum tempo observo com espanto a “disseminação” do câncer entre as pessoas. Acompanhando pelo noticiário, os casos no trabalho, na família ou mesmo familiares de amigos e conhecidos, sempre tive a impressão de que o câncer é uma das doenças ascendendo em nossos dias, consonante ao estilo de vida perturbado das grandes cidades. No entanto, não tinha conhecimento de estudo que pudesse corroborar a minha hipótese. Ao menos até o momento.

Esta semana, leio na revista Veja uma entrevista com o psiquiatra francês David Servan-Schereiber, da universidade norte-americana de Pittsburgh. Ele expôs no livro Curar, de 2004, o seu drama com a doença aos 31 anos. Hoje aos 47, depois de ter entrado na batalha contra o câncer novamente aos 40 anos, volta a publicar sobre o mal que tanto acomete a sociedade moderna.

O novo livro chama-se Anticâncer – Prevenir e Vencer Usando Nossas Defesas Naturais. Basicamente discorre sobre a sua experiência após a segunda manifestação do câncer, quando passou a adotar outro estilo de vida, associando tratamentos alternativos aos naturais.

Volto à entrevista. David fala sobre como descobriu por acaso o tumor em seu cérebro, de como passou a encarar a doença, voltando-se para os tratamentos não-convencionais, entre outras particularidades.

Contudo, o que mais me chamou a atenção foi quando ele aponta para a relação de nosso estilo de vida moderno e o câncer. Segundo Servan-Schreiber nossos hábitos associados ao estressante dia-a-dia são peças chaves para acordar a “maldição” adormecida em todos nós. Claro, não despreza o fator genético, mas este parece ser menos responsável pelo surgimento da doença do que a vida sedentária e sufocante experimentada nos dias de hoje.

Chama a atenção para a alimentação, principal aliada na prevenção do câncer. Para ele, as alterações tanto nos hábitos alimentares como na produção dos alimentos, foram impactantes nos últimos 50 anos. O aspecto psicológico também é citado por David. Pacientes ouvidos por ele revelaram forte pressão exterior, responsável por abalos emocionais profundos e impactantes durante o período anterior à doença.

Por mais que a tese do psiquiatra ainda necessite de mais estudos, creio ser muito importante a ciência trabalhar os aspectos expostos pelo por ela na busca pela cura dessa doença devastadora. Quem já testemunhou a sua ação em pessoas próximas, como eu, sabe o quanto é doloroso não apenas para quem é consumido por ela. Nesses dias tão estranhos e artificiais, um mal desse tipo encontra ambiente fértil para alastrar-se.

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