sexta-feira, 11 de julho de 2008

“Eu não posso pagar por essa sociedade podre que eles construíram!”

A frase em epígrafe foi proferida por um pai que acabara de perder seu filho de apenas 3 anos, após uma ação desastrosa do braço armado do Estado brasileiro, ou seja, a polícia. A operação da polícia, no Rio de Janeiro, resume o quão insano pode ser a opção pelo extermínio dos bandidos – ao invés da convergência prevenção/repressão.

 

O desabafo de Paulo Roberto Amaral, pai do menino João Roberto Amorim Soares, foi ouvido por todo o Brasil pela TV, internet, jornais impressos e vários outros canais de informação. Na realidade, representou o grito de toda uma sociedade que vive refém do crime e do despreparo do Estado para lhe dar com a questão.

 

Representa o grito daqueles das favelas e periferias, há muito sofrendo com tal realidade crua, que os fazem vítimas do horror, sem ter a quem recorrer. Representa o desabafo da classe média que, não raro alienada, nunca soube cobrar do Estado o seu dever junto a toda sociedade. Talvez imaginando não ser jamais atingida pelo câncer gerado nas ruas mal iluminadas e empoeiradas de nossas periferias, por onde rondavam os "destemidos" justiceiros com seus esquadrões da morte e a polícia corrupta.

 

Sim, o mundo real é implacável. Mas poderia ter tido outra representação nos dias de hoje, se ontem tivessem encarado a questão de forma séria e profunda, não deixando o mal alastrar-se e procriar-se até chegar à situação na qual nos encontramos.

 

Que o grito desse pai faça a todos despertar e agir hoje, sob essa "luz" cinza, para que o amanhã não ficarmos todos nas trevas. Vidas como a de João e todos os outros inocentes nessa guerra insana não podem ser perdidas em vão. Devem ser honradas por meio de ações visando um amanhã menos bárbaro.



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