quinta-feira, 23 de julho de 2009

Falta vergonha. Sobra canalhice.

Inevitável não tecer ao menos breve comentário sobre os últimos acontecimentos políticos desse nosso Brasil – vulgo Bananão. Para não variar, nada lisonjeio. Nossos representantes, em qualquer esfera, não nos permitem outra perspectiva.

A bola da vez é o jurássico senador José Sarney. O presidente do senado anda atolado em denúncias e acusações. A mais nova é sobre um favorecimento em família de seu filho Fernando Sarney ao namorado de sua filha Maria Beatriz Sarney. Ou seja: nada de novo. A sem-vergonhice envolvendo os oligarcas deste país é de hoje e sempre.

O diferencial é que agora as notícias são liquefeitas e penetram nos mais longínquos grotões. E só. A grande massa continua letárgica e sem muita vontade de lutar contra isso. Dá trabalho.
Curioso mesmo é ver as reações da situação e oposição. São ótimas. O presidente Lula, conforme apontei dias atrás, permanece cheio de cuidados com o seu Sarneyzinho – algo impensável há alguns anos. Seus puxa-sacos, tipo o blogueiro Eduardo Guimarães, acham que é uma simples artimanha da imprensa para afetar o presidente. E até defendem o amor político de Lula a Sarney, algo que somente a política pode proporcionar.

De outro lado, vemos manifestações indignadas de gente cansada de se locupletar graças ao Estado. Por exemplo, o senador Arthur Virgílio, um dos hipócritas mor da oposição, sempre deseja posar de defensor da ética e justiça em prol do país. É o mesmo que admitiu, numa reportagem em 2002, ter feito caixa 2 e que isso seria inevitável na política brasileira, para em 2005 criticar fala idêntica do presidente Lula, à época da crise do mensalão.

Atualmente, o bravo senador não perde tempo quando surge a possibilidade de crise no governo: sobe à tribuna do Senado para bravatear – lembra alguém que tanto critica. Na crise sarneyana, apresentou denúncia no Conselho de Ética. Flerta com algo – a ética – com o qual nunca foi afeito, como ficamos sabendo no caso em que manteve funcionário fantasma em seu gabinete e outras coisas mais.

Pois é. Isto é somente um rascunho do teatro tragicômico da realidade política no Brasil. Na verdade, esboço de apenas mais um capítulo. Teremos muitos outros, com uma plateia tépida garantindo o sucesso do espetáculo canalhesco.

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