terça-feira, 3 de junho de 2008

Sobre o Estado e suas deficiências

O questionamento sobre o funcionamento do Estado em círculos intelectuais sempre foi discurso para mais de metro, como dizem por aí. Liberais dizem que ele, o Estado, quanto maior, mais incapaz de oferecer serviços de qualidades; prós-Estado crêem numa maior participação, para uma maior eficiência e universalização dos serviços na saúde, na segurança, na educação.
 
Eu, particularmente, não sou lá muito fã dele – o Estado. Ao menos desse estilo em funcionamento no Brasil. Talvez pelo fato de fazer parte da estrutura dele. Ou por trazer um ideal de liberdade anárquico comigo – ainda que inatingível, graças, que ironia!, a nós mesmos.
 
Semana passa li num único dia – 28.05.08 – três exemplos que só confirmam a minha ilusão para com um Leviatã tupiniquim. O jornal A Gazeta trazia variações sobre o mesmo personagem – ele, o Estado; ou ao menos de seu modus operandi.
 
Logo na segunda página um jornalista chamado André Hess escrevia sobre a administração municipal de Vitória. Segundo o colunista, o prefeito José Coser, do PT, descartou um projeto da administração passada – do tucano Luiz Paulo – no valor de R$ 200 mil para iniciar um outro visando obras no calçadão da orla da praia de Camburi.
 
O problema é a obra estar atrasada e quando decidiram inaugurar uma pequena parte dela, descobriram que não havia licença de órgãos federais (SPU e IEMA) para construção de um banco sequer.  Nas palavras de Hess "planejamento não tem sido o forte desta gestão. As obras, tocadas todas ao mesmo tempo, provocam tumulto (...) na cidade. Não é preciso ser especialista para perceber que (as vias) são mal sinalizadas". Algo sobre o qual falei há tempos. Hess diz ainda que o novo Aeroporto da capital, prometido para fevereiro de 2007, talvez saia em dezembro de 2009.
 
Outro assunto lido naquele jornal foi sobre um juiz que, além de decidir sobre o destino de "colunas" de processos, o meritíssimo sr. Juiz Roberto Luiz Ferreira Santos tem de atender as pessoas no balcão e ao telefone! Pois é, a excelência está tendo de ouvir poucas e boas que habitualmente cabem aos escreventes, que lá, no 1° Juizado Especial Cível de Guarapari, só tem 01! Os outros 03 aprovados em concursos foram para outras Comarcas. Um lance surreal!
 
Por fim, para encerrar a tragicomédia envolvendo esse polêmico – ou polêmica, na linguagem culta, hehehe – personagem, o jornal trazia a notícia do Departamento de Trânsito do Espírito Santo "assassino" e "denigridor".
 
O DETRAN tinha "acusado" o taxista Denílson Jacob, em 2004, de ter atropelado e mandado um motociclista acertar as contas com Jesus. Por isso ficou um bom tempo, até provar sua inocência, sem poder renovar sua carteira. Agora, em 2008, não satisfeito de ter acusado "doidivanamente" o pobre diabo de homicida, o Estado, por meio de seu órgão responsável, resolveu "mata-lo". Sim, pela segunda vez Denílson teve problema para renovar sua carteira – ou carta – de motorista. Dessa vez estava morto, na frente de um funcionário público, e solicitando um serviço. Segundo o responsável pelo DETRAN seria comum o tipo de erro.
 
E isso é só a ponta do rabo de nosso Leviatã...


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