terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Por que eles mentem?

A voz é de Paulo César Pereio. Os atores, seguindo a narrativa, interpretam num palco as realizações (sic) elencadas. Saquei logo: peça publicitária de alguma administração pública.

 

De início imaginei ser obra do governo Lula – ops!, a força do hábito personalista brasileiro. O barbudo está surfando em ondas de alta popularidade e seria o primeiro a saltar em minha memória. Um e outro quadro e, num passe de segundos, mudo de opinião: talvez seja propaganda do governo estadual Hartung – de novo, o vício. Afinal, também goza do grande prestígio de administrador junto à população.

 

Mais alguns segundos diante à tv e volto a rever a idéia formada: por mais que ambos sejam bem avaliados, nunca tinha visto uma propaganda com tamanho orgulho daqueles feitos (sic) apresentados – para se ter a idéia do tamanho do ego do responsável pela concepção da peça.

 

O tempo desenvolve-se, os segundos parecem minutos, e a exposição daquele trabalho (?) me faz repensar uma vez mais: não, como pude me equivocar! Isso é obra do prefeito João Coser. Deu uma lavada nas eleições da capital Vitória e as propagandas de sua administração apresentam um ufanismo e tanto – ainda que dessa vez parecia estar mostrando um paraíso ao invés de um município onde o centro de seu coração, a cidade de Vitória, esteja um tanto esquecida e mal-tratada.

 

No final, vejo o quanto dei com os burros n'água! Nem eu imaginaria, nunca, que aquele embuste tratava da administração de ... Vila Velha! A cidade onde moro!! Onde uma das principais vias, a rodovia Carlos Lindemberg, se encontra num estado de pós-guerra, colocando em risco a vida de motoristas e pedestres. Onde os projetos para a juventude, se existem, não chegam à periferia. Onde as ruas de bairros como o meu, nos dá vergonha – e olha não falo do pior bairro do município, mesmo ainda sendo periférico. Onde a administração do sr. Max Filho entregará ao próximo prefeito uma das principais praias – Itaparica – ou com obras pela metade ou numa situação que, não tardará, logo necessitará de nova reforma. Entre outras coisas mais.

 

Fico imaginando – e talvez este seja o problema de todos nós, cidadãos: como um político pode ser tão cara-de-pau? Um município cheio de problemas e o elemento gasta dinheiro do contribuinte para invadir nossos lares pela TV com uma peça de patifaria sem igual. Política nunca foi e nunca será algo com o qual sonhavam os humanistas. È uma arte complexa, real e, por diversas vezes, exige dureza no trato. No entanto, poderia ter alguma nobreza, não fosse o engodo e a patranha que não abandonam as personagens mais evidentes no processo: os políticos.

 

Como cidadãos, temos muita culpa por permitirmos certas personalidades na arena política. Vide Bush, que quase engoliu um sapato essa semana, para coroar o seu desastrado, e duplo, governo. Ou então múmias históricas que ainda fazem a cabeça de muita gente, como Fidel. E aí passo a começar a entender porque eles mentem tanto. Porque sustentamos, em grande parte, suas mentiras. Até glorificamos seus feitos. Bastam umas moedinhas arremessadas e a popularidade deles vai às alturas.



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