sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Lula, o homem do “sifu”

O presidente Lula se supera a cada dia. Ontem, em mais um de seus discursos, fazendo suas analogias doidivanas, diz que um médico deve oferecer esperanças aos seus pacientes por mais grave seja a doença e não chegar para o infeliz e dizer: ih, você sifu!

 

Sua "involução" no quesito comunicação é algo espantoso. Claro, alguns de nossos lingüistas, sociólogos e antropólogos deliram e corroboram o estilo lulês de comunicação. Afinal, o que importa é saber passar a mensagem para essa turma, não importa a regra gramatical. Daqui a pouco estaremos nos comunicando unicamente por sinais e esta tudo ok.

 

Sei muito bem de quanto é árduo lidar com as regras de nossa língua. Numa sociedade como a nossa, que pouco valoriza as letras e com um ensino cada vez mais deficiente – particularmente, sinto hoje pelos anos que passei na escola pública abandonada pelos governantes. Mas estou sempre tentando aprender e corrigir os erros.

 

Também não gosto de afetação. Me enfada ver certas figuras fazendo questão de soarem "eruditas" – e ininteligíveis. No entanto, para quem tem o mínimo de senso e gostaria de ver nosso povo indo para frente intelectualmente, é dolorido ver o presidente do país esforçando-se para mostrar aos humildes o quanto é positivo ser ignorante.

 

Os coleguinhas antropólogos poderiam me dizer que a forma de expressar-se do povo deve ser inteligível e devemos respeitar a particularidade de cada grupo. Não se trata disso. Nossa língua sofreu fusões entre o popular e o formal durante os séculos, mas naquele momento era algo inevitável. Agora, não podemos, inseridos num grau de desenvolvimento tecnológico e, vá lá, civilizacional como nos dias correntes, defender o direito à ignorância ao povo. Pelo contrário; devemos é lutar pelo direito de todos ao saber. A quem interessa relegar o povo à sua linguagem própria, ignorando o conhecimento mais profundo de sua própria língua?

 

Pô, num discurso formal, coberto por toda a impressa, o presidente me usa uma expressão que nada mais quer dizer se fudeu de forma popularmente sincopada, é para se pensar.

 

Na realidade, este ano anunciaram que estamos cada vez mais consolidados como economia de 1º mundo. Pena que social e culturalmente caminhamos na contramão.   



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