quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Lugar de “ancião” é no ferro-velho

Sim, este é o raciocínio do repórter do Jornal da Noite, na Bandeirantes, apresentado por Boris Casoy.

 

Estava eu essa semana assistindo o dito jornal logo após o CQC e muito me chamou atenção uma matéria sobre caminhões em "passado" estado de putrefação, se me faço entender. Alguns desses veículos nas vias brasileiras podem ter sua origem lá nos dias de Getúlio da década de 50 ou JK. Ou seja, desgastado é pouco para classificar sua condição.

 

A reportagem acontecia normalmente até que uma expressão para se referir aos caminhões, usada pelo repórter, me deixou intrigado. Ele falava da necessidade de muitos dos caminhões "anciões" estarem é nos ferros-velhos  ao invés de transitando pelas vias públicas. Pensei: putz!, será que o maluco crê num destino semelhante para os anciões humanos?

 

Absolutamente, não se trata de patrulha politicamente correta. Longe disso. Mas, após a fala espontânea do repórter, pus a exercitar minha imaginação. Afinal, quantos de nós, adultos ou jovens, não crêem piamente que lugar de velho, ancião é jogado em algum canto, por se tratar de gente "inutilizada"? No dia-a-dia vejo o quanto não se tem consciência e respeito pela velhice. Como se todos nós – ou grande parte – não fosse alcançar tal estágio.

 

Parece-me que para muitos que ainda não alcançaram a idade anciã, esta é uma condição exterior, sempre reservada ao próximo. Não se pensa como o velho de amanhã; seremos eternos jovens e aos anciãos de hoje é reservado o canto, o "ferro-velho".

 

No entanto, pensando em nível de Brasil, o velho para uma imensa maioria definitivamente é visto como o de pouca ou nenhuma importância. Pois não é raro ouvir até mesmo dos estudantes de hoje a velha – e intrigante –  indagação: para que estudar história?

 

E assim caminhamos no país do sifu.



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