Ontem, assistindo ao telejornal do SBT, ouvi um comentário do apresentador Carlos Nascimento que me fez rir, tamanho o lugar-comum usado pelo jornalista.
Era transmitida uma matéria na qual o senador petista Paulo Paim defendia a idéia da redução de horas na atividade laboral de muitos brasileiros, passando de 44 para 40 horas de trabalho, sem perda salarial e aumentando as vagas dos postos de trabalho.
Obviamente é uma medida polêmica, que mexe com os ânimos dos patrões. No entanto é passível sim de discussão. Não se trata de bobagem pura e simples como a do sr. Márcio Pochmann ao defender uma carga horária de trabalho de 4 horas por dia, três vezes na semana – como hedonista adoraria, mas é preciso trabalhar com a realidade.
Por mais que os donos de negócios em variados ramos se ouricem ao ouvir a proposta do senador Paim, ela é válida e factível. Poderíamos discutir outras possibilidades que igualmente estimulassem a criação de mais empregos concomitantemente à redução, como diminuição de impostos talvez. Diversas são as alternativas. Basta vontade para debatê-las.
Contudo, volto ao cerne do comentário: o comentário de Carlos Nascimento após a referida matéria, que também mostrou as opiniões favoráveis de trabalhadores. Para o apresentador, é necessário ouvir quem muito trabalhou e conseguiu o “sucesso”, sem diminuição de carga horária e outras “regalias”.
Ah, mas vá descansar na beira da praia, ô Nascimento! Até parece patrão! E quantos alcançaram o sucesso sem precisarem ser “escravizados” pelo chefe? Essa história de que precisamos trabalhar e trabalhar e trabalhar para sermos dignos e conseguirmos vencer na vida é engodo de patrão!
O ser humano precisa muito mais é de tempo para dedicar-se ao lazer, ao estudo e ao prazer. Isso sim dignifica o homem, a mulher e aos animaizinhos e as plantas em volta também. Isso de ficar preso ao trabalho, sem poder voltar-se à família ao menos – como ocorre em milhões de lares brasileiros – repito, somente serve para o patrão.
Cala a boca Nascimento e vai tomar uma cerveja!
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
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