segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A era Obama não será fácil. Talvez nem de “mudança”

Barack Obama venceu as eleições dos EUA, o mundo está empolgado, mas é bom ter cuidado com as emoções. Uma nação que tem em meio às suas bases o preconceito racial não muda tão rápido em três séculos. Os progressistas e militantes todos alvoroçados já dizem até que os EUA mandam exemplo para o mundo, afinal, superaram o racismo. Definitivamente não é tão simples.

 

Obama chega num momento delicado, de crise econômica em escala mundial. Os norte-americanos desejam respostas urgentes. E Barack foi eleito para resolver os "pepinos".

 

Apesar de uma grande parcela de eleitores brancos terem votado nele, uma outra igualmente grande não o fez. E não o fez por diversos motivos. O racismo é um deles. Não, não estou afirmando: todos os eleitores de John McCain são racistas. Mas não sejamos incautos: uma parte considerável é. E pode estar decidida a cobrar pela ousadia do "renegado" negro em ter invadido os domínios do poder de uma nação "cristã, livre e branca".

 

Os noticiários já expõem aumentos significativos de incidentes e manifestações racistas  após a eleição de Obama. Muitos pedindo a morte do presidente eleito. A Ku Klux Klan manifestou-se em sua página dizendo que esse dia mal-fadado – para eles, covardes racistas – chegaria e conclama aos brancos cristãos a se unirem para recuperar o poder.

 

Ante o histórico de assassinatos e atentados contra presidentes nos EUA, é bom tomar cuidado, muito cuidado. Afinal, muitos elementos podem ser um prato cheio para a tragédia: um inédito presidente negro nos EUA, uma crise econômica – e social – aguda à espera de resposta, uma parcela insatisfeita e racista da população.

 

Transformações sociais são lentas, graduais. Quando "acontecem" de repente, podem ser traumáticas. Espero que este seja o tempo de uma transformação paulatina, mas que um dia encha a humanidade de orgulho.



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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Obama eleito e minha falta de tempo – e de internet

Pois é, Obama foi eleito na semana passada e eu nem pude fazer registro no meu blog. A insistente falta de tempo aliada a falta de internet – a Oi Telemar não acha economicamente viável a região onde moro... – não me permitiu escrever.

 

Sem ressentimentos. O farei num momento mais oportuno. Enquanto isso vou colhendo impressões e tentando entender os efeitos desse momento histórico. Mas apenas para registro: é bom ter cuidado com a propaganda. Tem gente querendo ganhar dinheiro a ponto de vender livro de Monteiro Lobato – O Presidente Negro ou O Choque das Raças – como uma obra visionária que agora encontra sua "premonição". Balela.

 

Um artigo de Roberto Pompeu Toledo para a Revista Piauí coloca as coisas em seus devidos lugares. Para além do valor das obras de Lobato, o livro em questão era uma ode à eugenia. E nem vale aquela argumentação um tanto tola de "era um homem refletindo as idéias de seu tempo". Poucos anos depois Gilberto Freire arrasa a aversão à mestiçagem do criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo com o seu, também polêmico, "Casagrande e Senzala".



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Terrorismo e tortura

Recentemente o ministro da Justiça Tarso Genro e o ministro do STF Gilmar Mendes andaram falando e discordando pela imprensa sobre a revisão da Lei de Anistia. Um quer, outro não. Aí falam que é revanchismo, outros reparação. Tudo porque a ala petista que tem muitos ex-guerrilheiros dos anos de jumbo e é envolvida com os direitos humanos deseja pegar torturadores na era da ditadura militar.

 

Até aí tudo bem, se não fosse a tal Lei de Anistia ampla que contemplou até os milicos e afins sanguinários, além de ex-guerrilheiros adeptos de táticas terroristas. Logo, a coisa complica.

 

Por um lado os envolvidos com a "causa" crêem ser dever do Estado punir os responsáveis por mortes e traumas de gente que estava sob a tutela do poder militar. De outro lado, quem é contrário à revisão desse capítulo macabro na história brasileira, alega que se os envolvidos do lado militar com tortura e mortes merecem ser punidos nos dias de hoje, os guerrilheiros de outrora, capazes de atos enquadrados na definição de terrorismo, também. Respectivamente, argumentos defendidos por Tarso e Gilmar.

 

Não vou entrar nesse particular, por ser deveras espinhoso e não ter tempo – muito menos internet – para tanto. Não obstante, lendo algumas opiniões sobre a desavença entre ministros, certos aspectos chamam atenção e merecem comentários.

 

Kennedy Alencar, em sua coluna na Folha, toma partido de Tarso na contenda. Diz ele estar o ministro certo ao classificar os grupos de esquerdas como não terroristas, apesar de alguns valerem-se de métodos do terror. Para Kennedy seria uma injustiça para com a geração armada que encarou suicidamente o regime, além de um erro histórico. E compara os esquerdistas guerrilheiros aos resistentes da França, à época da invasão nazista.

 

Sei não, mas creio que o jornalista da Folha é quem comete um erro grande ao comparar as duas coisas. Definitivamente, a Resistência Francesa lutava pela liberdade de seu país. A maioria esmagadora dos que pegaram em armas contra a ditadura militar no Brasil, não estavam a fim de liberdade, democracia. Queriam uma ditadura ao seu gosto.

 

Resumindo a história toda, eu até defendo, se for possível dentro da lei, que a milicada e congêneres sedentos por sangue paguem hodiernamente por seus atrozes crimes. Mas uma avaliação dos que cometeram crimes em nome de uma suposta liberdade também deveria entrar em pauta. E muita gente ligada ao partido do governo pode ser respingada pelo sangue derramada no passado.

 

Além disso, uma revisão nas pensões de muitos gaiatos que nem peteleco receberam dos milicos seria muito bem-vinda. Que o diga mr. Lula...



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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Economia mundial desandando, EUA escolhendo novo presidente e o governo brasileiro quer mais é caipirinha!

Algumas coisas são impagáveis. Enquanto o mundo vive momentos históricos como a quebra do mercado financeiro e, por extensão, de paradigmas sobre a economia ou então uma disputa presidencial inédita nos EUA, podendo alçar ao poder um presidente "negro" numa nação que não reconhece a mestiçagem e de um conservadorismo atávico, o governo brasileiro põe em discussão a "fórmula" da caipirinha.  

 

Sim...

 

Está nos corredores do poder uma lei para padronizar a caipirinha. O governo resolveu que é ele o responsável por dizer como deve ser feita uma de nossas mais tradicionais bebidas.

 

Parece surreal, mas não é. Com tantas demandas em pauta os nossos legisladores entendem ser a discussão sobre como fazer uma caipirinha um assunto de suma importância.

 

Terá isso dedo de Lula, que em suas andanças pelo país e predileções etílicas não aprovara as caipirinhas dos nossos botecos?



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