Ainda que não seja fã de novelas, tenho de admitir que assisto a reprise de Pantanal, no SBT. No início servia apenas de companhia à minha esposa e durante o descanso ao lado dela, assistia sem muito interesse. Depois deixei me envolver pela trama. Em geral, o interessante é a tensão entre um dos protagonistas criado na cidade (Joventino, interpretado por Marcos Winter) e filho de um dono de fazendas (Zé Leôncio, por Cláudio Marzo)radicado no Pantanal de Mato Grosso e o estilo de vida reinante na região. Mesmo atualmente mostrando-se cada vez mais integrado aos hábitos pantaneiros, motivo de muito orgulho para seu pai, Joventino vive momentos de conflitos, principalmente com sua amada, a nativa Juma (Cristiana Oliveira). À época de sua apresentação Pantanal revelou-se como novidade, um conceito original ante os clichês reinantes da Globo novelas de "época", humorística ou dramática/suspense, respectivamente no horário das seis, sete e oito horas, como são popularmente conhecidas. Fugia dos cenários montados e partia para o meio do mato real, por assim dizer. Como apenas hoje a acompanho, somente agora compreendo o motivo de seu sucesso. Mas o motivo de meu comentário mesmo é outro. Trata-se de uma música que assombrou a novela e assim continua fazendo em sua reprise. A tal canção chama-se "Divinamente nua, a lua". Que música horrenda! Tenta soar como poesia, mas está mais para um delírio, uma manifestação non sense. Não resisti e fui procurar o autor da cagad..., melhor, música. Atende pelo nome de Orlando Morais, ou o marido de Glória Pires. Sem querer ajudar à insignificância dele como cantor, mas por essa música entendo porque ele é apenas o marido de Glória Pires. Abaixo os versos "cortantes"... Divinamente nua, a lua Tritura a sombra na treliça E a hóstia sobre o sexo atua Quando o desejo morre de preguiça
Prisioneiro sem bíblia, livre No peito tentações, pudores Sonhos de amores, leitos Livres, leitos Divindades e dragões
Mar feroz que vem dormir na minha cama Sangrar na minha vida tão confusa Queria ter o sol e tenho a lua E a escuridão Ainda assim abusa
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