sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Morte por tesão?

Tenho de comentar essa. Saiu uma notícia no jornal on-line Folha Vitória sobre a morte de um aposentado, após ir para um quarto de “hotel” no Centro de Vitória com uma “moça” de 36 anos. Desconfia-se que o motivo do óbito do inativo tenha sido “morte natural”. Sei...

Regularmente vou ao supermercado comprar pão ou frutas para o lanche. O tal hotel fica no caminho. Não raro, vejo velhinhos coxos ou tão velozes quando um jabuti seguindo os passos de “moças” ou “senhoras” – todas do bagaço, se me faço entender – prestadoras de serviços luxuriosos. Isto é fácil detectar principalmente no princípio de cada mês, quando do recebimento do salário.

Entram numa porta estreita de um prédio ainda em arquitetura da primeira metade do século passado, um tanto decadente, com placa mal feita de “Hotel”. E lá, caem nos prazeres proporcionados, creio, pela eficácia mágica da pílula azul.

Logo, imagino que a causa mortis do pobre aposentado deve ter sido mesmo “morte por tesão”.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pequenos cavaleiros na tempestade


“Viajantes na tempestade

Nessa casa nascemos

Nesse mundo somos jogados”

The Doors

Cheguei há pouco da maternidade. Tayler, meu filho, nasceu ontem aos 08 meses. Ou seja, prematuro. Como de praxe nesta situação, ele teve de ser encaminhado à UTI infantil para receber os tratamentos adequados. Apesar de todas as neuras comuns quando o assunto é gestação – principalmente, a 1ª –, confesso não ter imaginado tal possibilidade.

Tenho certo desconforto ao entrar em hospitais. Nunca pensei que fosse freqüentar uma UTI da molecada recém-nascida por causa do meu filho. No entanto, mesmo diante do estado delicado das crianças que ali estão, e diante da evolução do quadro de meu filho, estou experimentando uma sensação diferente. Sinto uma força e uma vontade de viver daqueles pequenos seres, em meio à toda parafernália os auxiliando, que emociona e alimenta nossas esperanças.

Todos que ali estão enfrentam um desafio. E parecem encará-lo com denodo que deveria servir de exemplo a todos. São os pequenos cavaleiros na tempestade. E eu, ainda que cético quanto aos assuntos divinos, me encho de fé quanto à vitória não somente de Tayler, mas também de seus intrépidos companheirinhos.

Quanto ao meu cavaleirozinho, fiz-lhe uma última visita no dia de hoje – ao todo foram quatro – e o moleque se mostra mais casca-grossa do que o pai. A médica tinha acabado de encaixar um aparelho em seu minúsculo nariz para ajudar na respiração e quando chego perto, ele estava agitado, arrancando-o e querendo respirar por conta própria.

Aproveitando o ensejo, a doutora achou por bem ver como ele se comporta sem o aparelho. Enquanto estive lá, ele mostrou-se ótimo. Fitava-me e alternava o olhar perscrutando à sua maneira toda a estrutura em volta. Fiquei ávido por pegá-lo e senti-lo em meus braços pela primeira vez. Mas ainda não é o tempo. Sai com o coração exultante e louco para vê-lo no dia seguinte, crendo num dia ainda melhor para ele, eu, sua mãe e todos aqueles que nos querem bem.

Estou descobrindo que amo o moleque muito mais do que pudesse pensar.



Um estraga prazeres no Observatório da Imprensa

Eu já tinha deixado minha opinião sobre os Jogos Olímpicos por aqui. Mas como leitor do site Observatório da Imprensa e diante do ufanismo de plantão até da tal imprensa golpista – segundo os partidários de Lula -, me vi na obrigação de fazer o trabalho sujo e expor um prisma cético sobre o assunto num canal de informação de grande alcance.

Na condição de cidadão e crendo na crítica social como ferramenta capaz de contribuir ao debate, dei uma ajustada no escrito e o mandei ao referido site para avaliação. Hoje, descobri que foi publicado desde o dia 27.10.2009. Está lá para estimular a reflexão ao invés do simples embarque ao eterno orgulho nacional.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

E meu homem chegou!

Como disse há alguns meses, não se trata de tendências homossexuais ou encontro com traficantes, como na música do Velvet. Apenas significa o anúncio do nascimento do meu primeiro filho, Tayler, neste dia. E de chofre!

Aos 08 meses, num dia chuvoso e após uma ultrassonografia, nos vimos no olho do furacão: os médicos constataram que Tayler não poderia mais esperar. Seria arriscado. Então fomos fazer o que deveria ser feito.

Nasceu com 2,5 kg e 45 centímetros. Aparentemente bem, apesar da dificuldade para respirar devido a formação incompleta dos pequenos pulmões, está na UTI infantil, junto com outros companheirinhos apressados. Esperaremos os dias seguintes para saber como fica sua situação. Fico aqui a torcer para que os dias passem logo e nenhuma complicação surja. O moleque já se mostrou agitado e bem vivo.

Infelizmente, quisera a força da natureza que Tayler viesse à loucura do mundo antes da hora. Ele, mostrando-se guerreiro, aceitou o desafio. Tal qual um cavaleiro na tempestade, cavalga indiferente às dificuldades. Aguardamos ansiosos sua chegada ao lar.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Por que a nossa esquerda é patética

Eu tento, tento, mas sempre tem um Emir Sader da vida que não me deixa sem achar motivos para criticar a esquerda brasileira. Aí, mesmo tomando a pecha de reacionário e direitista entre os amigos interessados no assunto, me vejo obrigado a esculachar certos cabeças ocas esquerdistas.

Paulo Henrique Amorim, desde que deixou a Globo, tornou-se uma espécie de talismã dos esquerdistas chiques ou simples crentes.

Do alto de seu estilo “burguês-cônscio-metido-a-socialista”, que numa hipotética revolução vermelha ou se aninharia junto às botas dos poderosos para usufruir das benesses da classe revolucionária profissional ou partiria para a Europa ou para os EUA e daria uma de Madalena arrependida, dizendo que seus ídolos macularam a revolução, adora o panfletarismo virtual em seu blog.

Vive jogando para a torcida, declarando que a mídia é golpista e quer a cabeça de Lula. Seus textos se assemelham a arroubos de adolescentes que acabaram de descobrir o “Manifesto Comunista” e vivem num esforço contínuo para demonstrar o seu comprometimento social – mas sem ser muito coerente.

PHA, apesar de denunciar as tentativas de “golpes” da imprensa gigante – que não é imaculada, claro – não larga seu osso na... grande imprensa! Trabalha para a Rede Record, que nada tem de modelo de televisão a ser seguido, e posa de revolucionário chique. É tão patético a ponto de colocar em seu site um videozinho adolescente falando da morte da grande imprensa, no qual aparece incluso a marca da Rede Record, simbolizando juntamente com outras marcas a imprensa golpista.

Ou PHA é patético ou é uma espécie de pelego moderno, que está inserido na estrutura apenas para encher os bolsos e quando chegar o momento – de ser chutado – sair acusando seu ex-patrão.

domingo, 25 de outubro de 2009

Seria a ação do espírito de nosso tempo?

Acredito que esta seja a minha terceira mensagem postada tendo por título uma indagação. Talvez seja coincidência ou então pura necessidade em dias que as pessoas se recusam a raciocinar, a problematizar a realidade.

Única questão que importa para muitos, é a encontrada em provas de concursos públicos, primeiro passo para uma vida profissional “segura” – segundo o Folha online, um concurso para vagas de gari no Rio de Janeiro atrai doutores e mestres, além de dezenas de milhares candidatos estudantes e graduados em curso superior. Deixo a digressão; volto ao ponto principal.

Tomo conhecimento de uma notícia, no mínimo, incrível. O governo vai propor ao Congresso Nacional algumas mudanças na lei antidrogas. Entre elas consta a que livra o pequeno traficante da prisão. Caso seja abordado com uma quantidade não significativa de drogas – o quanto é significativo? –, não esteja armado e não tiver ligação comprovada com o crime organizado – organizado em qual nível? –, agindo esporadicamente – o que significa isto? –, será condenado a penas alternativas. Estariam, assim, fora dos tentáculos do crime organizado na prisão. Belo raciocínio, mas...

Uma questão relevante é: qual o impacto positivo da pena alternativa sobre o indivíduo? Seria o suficiente para resgatá-lo da criminalidade – ainda que “pequena” e “desorganizada”?
Acho a medida um tanto quanto frágil e utópica, dada a nossa realidade. Nascido e morador de periferia, acompanhei e vejo o desenvolver desse câncer que é o tráfico. Suspeito de que a proposta do governo é equivocada e não atinge o problema como deve ser. Crer que o fato de deixar um pequeno “comerciante” de drogas fora da prisão, cumprindo pena alternativa é o suficiente para aliviar a gravidade das drogas ou é delírio ou é ingenuidade. Ou, talvez, uma perversidade inconsciente.

O único ponto apreciável da proposta diz respeito à preocupação em não deixar o traficante dentro das estruturas de “ensino” criminoso das prisões brasileiras. Aliás, talvez o governo não entendeu ser uma confissão de total ineficácia do sistema prisional ao propor tal mudança. Mais uma vez tenta mostrar serviço com uma medida estapafúrdia e que se fora realmente avaliada, causa-nos preocupação as cabeças responsáveis pelo estudo de nossa segurança.

Alguns estudiosos têm de compreender que a gravidade da questão envolvendo o tráfico de drogas, é extremamente complexa. Não se resolve com ações guiadas por ideologias. Deve ser analisada numa dimensão cultural e social. Não basta evitar que o indivíduo tenha contato com os criminosos na prisão, forçando-os a penas alternativas. A probabilidade de se afastar alguém do tráfico, pequeno, médio ou grande nestes termos é quase nula, pois fora da prisão também existem cooptadores para o tráfico em todas as escalas.

Ao voltar para seu meio, o autor da infração continuará na mesma atmosfera violenta e sem expectativa. O que ele viu e ouviu durante o seu período de cumprimento de pena alternativa será igual a zero, ao se deparar com as velhas dificuldades e as mesmas “amizades”. Pelo que já presenciei, até imagino o pensamento do infrator: “traficando leve, nunca serei preso; basta cumprir uns servicinhos para a comunidade e voltar ao trabalho”. É duro, mas é por aí.

Enquanto o Estado não assumir a sua parte, oferecendo medidas agressivas de educação e de caráter social, capazes de influenciar em nossa cultura – e de pouco adianta oceanos de cotas em ensino superior, neste caso –, e se pautar por esses paliativos ad infinitum, o combate ao crime será inócuo e sangrento.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Petismo & reacionarismo: tudo a ver?

Seria motivo de alerta para os petistas? Somente nesta semana os próceres das mais altas esferas do PT deram mostra de que, raciocinando à moda religiosa-militante, o negócio é aproximar-se do reacionarismo direitista.

O presidente Lula, escrevi ontem, teve ataque explícito de reacionarismo ao dizer que estaria disposto a ajudar os cariocas a limpar a sujeira promovido pelos marginais.

Ontem o petismo confirmou mais uma vez que sua essência é bem diferente da imagem alardeada há décadas, ao firmar acordo com o PMDB – sempre acusado, não sem motivos, de simbolizar os vícios politiqueiros do Brasil – para disputarem juntinhos as eleições de 2010. Tão unidos a ponto da vice-presidência ficar a cargo dos peemedebistas e o plano de governo e a estratégia na eleição serem trabalhados em conjunto. No caso do vice, eu, fosse candidato petista, aceitaria qualquer um menos José Sarney. E justificaria: não creio em bruxas, mas que elas existem, existem.

Não bastasse esse comportamento digno do mais fedorento direitista, como pensaria – e gritaria – um militante “progreçista” contra os reacionários, leio hoje no Terra Magazine uma entrevista do deputado petista Antonio Carlos Biscaia, na qual o parlamentar deixa transparecer que não é a favor da liberalização das drogas. Ao menos se a medida for pensada regionalmente.

Para ele, a liberação, se ocorresse, deveria ser algo em escala mundial. Como isso não será possível, pelo menos nos próximos 100 anos, os “progreçistas” devem esquecer o apoio do digníssimo deputado à causa da liberação das drogas. Lula também já deixou claro que é contra. Além disso, reconhece a existência de áreas sob domínio dos criminosos – Estado paralelo? – e a atmosfera de total guerra civil. Isso é lá coisa que se fale deputado, logo após o milagre das olimpíadas?

Desse jeito, os religiosos esquerdistas acabarão tendo de correr para o colo de seu algoz, FHC. Ao menos ele é a favor da maconha livre, algo assim progressista...

Abaixo, alguns trechos da entrevista.

...

Os indicadores sociais vem melhorando no Rio de Janeiro e no país nos últimos anos, mas apesar disso não há uma melhora nos índices de criminalidade e na violência da cidade. Esse quadro se agrava.
É evidente, porque você percebe a situação da topografia do Rio de Janeiro, e esses equívocos de muitos anos... São áreas sob controle absoluto da criminalidade. Esse enfrentamento é muito complicado. E vem também o componente político: alguns governos não querem enfrentar pelo desgaste que pode provocar nessas áreas com eleitores de comunidades carentes. Mas chega um momento em que não há mais condição: já é um clima de guerra civil. Enquanto o índice de homicídios por cada 100 mil habitantes decresce em muitas áreas do país, no Rio de Janeiro vem tendo um aumento crescente. Os índices são de 40 ou 50 por 100 mil habitantes. É guerra civil.

...

E qual impacto essa violência crescente pode ter para as Olimpíadas de 2016?
Temos não só a Copa do Mundo de 2014, mas os Jogos de 2016. Com esse quadro vai ser difícil. Já tivemos os Jogos Pan-Americanos e o benefício para a cidade não apareceu. Houve um pequeno período de certa tranqulidade, com quatro mil homens da Força Nacional e de outras forças de segurança. Mas decorrido o prazo dos Jogos, a situação voltou ao que era e tem se agravado. O maior benefício que as Olimpíadas podem trazer para o Brasil, e para o Rio de Janeiro em particular, é que, a partir de agora, as condições sejam modificadas para que se tenha uma tranqulidade e que não seja apenas no período de realização dos Jogos.

...

Não seria o caso de se trabalhar com a hipótese de legalizar as drogas, talvez algumas delas, ou pelo menos avançar nesse sentido, para combater a violência?
Eu não acho que esse seja o caminho, não. Você pode até debater o tema, mas a questão da descriminalização, da liberação, teria que ser tomada de forma global. Uma decisão da ONU (Organização das Nações Unidas), de todos os países. Se isso for tomado unilateralmente por um só país, vai ser destrutivo, porque esse país vai se tornar o foco do consumo. As experiências registradas em outros países, como Holanda e Suíça, demonstraram isso. E eles acabaram reformulando suas próprias políticas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rio: A realidade

Os jogos olímpicos de horror já começaram no Rio. Mais especificamente, estão lá há décadas, sufocando a toda sociedade, da favela até o condomínio. Mas para que nos preocupar? Importante é o espírito olímpico. Ainda que seja de porco.

“É muito fácil falar de coisas tão belas/De frente pro
mar mas de costas pra favela”

Planet Hemp



Lula, o reacionário higienista?

A terra da olimpíada andou em chamas no último fim de semana – nada de novo no front. Como já entrando no espírito olímpico – de porco – de 2016, a bandidagem carioca resolveu praticar tiro ao alvo com helicóptero da PM carioca. Derrubou e fez vítimas fatais entre os militares, que partiram para a caça – nas palavras de um policial, ontem, no noticiário.

Lula, o Zeus tropical, já fez ecoar a sua voz tal qual um trovão: não economizará esforços para ajudar na limpeza da imagem do Brasil, maculada por gente inconseqüente. Aqui encontra-se a fala da majestade.

Como alguém tem de fazer o trabalho sujo, lá vou eu: se fosse algum outro político com tal fala, seria acusado de fascista, higienista e muito mais – e de isso somente duvidam incautos ou caudatários. Porém, no caso do Zeus amazônico, quero ver como se portarão os vingadores da justiça social – ou crentes esquerdistas.

De quebra, o presidente diz não ser partidário da liberalização das drogas – ontem, progreçistas lulistas desejaram o suicídio. Nessa, ao menos hoje, ante as circunstâncias nefastas na qual nossa sociedade se encontra, estou com o Zeus do sertão.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Do que pode ou não pode. Ou: sento no meu rabo e aponto para o do macaco vizinho

Lula saiu em “comitiva” essa semana. Levou empresários, governadores, ministros e até a BBC, o Le Monde, o The Economist e quem mais coubesse na bagagem para uma análise das obras por vir do Rio São Francisco. Aproveitou, evidentemente, para fazer sua propaganda eleitoral com antecedência e com camuflagem que não engana nem filhote de leão. Como pode tudo, nada vai ocorrer. A justiça eleitoral não vai nem lhe admoestar.

O deputado tucano José Aníbal, ficou horrorizado. Vai entrar com uma representação contra o presidente. Semana passada o igualmente tucano governador José Serra foi a Petrolina, em Pernambuco, e também andou falando como candidato a presidência, da forma supostamente enviesada bem característica dos políticos. José Aníbal achou normal. Nas palavras dele “o governador vai com avião que não é do Estado, não há uma transgressão do ponto de vista do que determina a legislação. Ele faz isso fora do expediente”.

Sei... Fingimos que acreditamos que viajar no fim de semana, para fazer campanha de forma indireta, como admitiram Serra e Aníbal, pode. Inferimos que a lei somente proíba campanha eleitoral com antecedência no meio de semana. Eles são cara de pau!

Numa condição normal, nem um nem outro pode fazer o que fazem - esse é o tempo verbal correto. Essa história para boi dormir de propaganda eleitoral indireta é um engodo! Fica o Nosferatu de São Paulo gastando dinheiro público com propaganda passando aqui no Espírito Santo a troco do quê?

Lula, Serra, Aníbal et caterva vão lustrar a cara com óleo de peroba e não nos encha o saco com desculpas para enganar Homer Simpson!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Rá! Ié, ié! A terra vai é “congelar”

O congelar é só para demonstrar o tom sensacionalista imperante no mundo das manchetes e notícias hodiernamente. Trata-se, na verdade, de uma reportagem sobre o resfriamento global nos próximos anos.

Mojib Latif, um dos todos poderosos do grupo de cientistas da ONU responsável pelos estudos sobre aquecimento global, resolveu alertar sobre outro tipo de mudança climática a nos perturbar: a terra vai mesmo é resfriar. E tudo por conta de um processo natural da mamãe natureba.

Fato é que, resfriando ou aquecendo, temos de ser conscientes quanto à utilização dos recursos naturais, além de buscar uma forma de exploração capaz de não nos colocar em risco dentro de décadas ou séculos, seja sob o gelo ou sob o calor.

Ao invés de apelarmos ao catastrofismo puro e simples, melhor será trabalhar na educação e consciência dos cidadãos, independente do clima favorável ou contra.

PS: se este estudo emplacar, podemos nos preparar para uma nova série de anúncios apocalípticos; seremos congelados, ao invés de tostados num futuro próximo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Olimpíadas no Brasil? Legal...

Fui um dos poucos brasileiros que não recebeu com ufanismo destrambelhado a notícia dos Jogos Olímpicos no país. Não se trata de falso ceticismo politiqueiro. Como praticante regular e amante dos esportes, minhas preocupações sempre foram outras. A principal delas, diz respeito ao descaso para com nossos atletas olímpicos em sua universalidade. Este sempre fora um problema crônico e ainda hoje, após conquistas inéditas e dignas de nota, como da equipe de ginástica, nos deparamos com vexames como o do caso da atleta Jade Barbosa.

É muito bom realizar um evento do porte dos jogos – principalmente para a politicada ter capital publicitário futuro –, os investimentos nas regiões que os receberão tendem a ser benéficos, se não para toda ao menos para uma parte significativa da sociedade, mas é bom atentar para os prós e contras de tal empreendimento. No caso do Pan em 2007, muitas instalações encontram-se quase às moscas, enquanto temos futuros talentos perdidos por falta de infra-estrutura adequada para desenvolvê-los.

Gostaria muito de ver os responsáveis pelo poder público investindo no esporte desde a tenra idade nas escolas. Mas um investimento real, visando os crescimentos físico, psicológico e social do atleta. Não bastam somente quadras esportivas – o que também não raro falta. É necessário um comprometimento amplo.

Um país com as dimensão e potencialidade do Brasil não pode se contentar em ser mero participante – e agora, anfitrião – dos jogos olímpicos, ganhador de algumas medalhas em modalidades previsíveis. Devemos e podemos ir muito mais além, estar na ponta da tabela. Para isto realizar-se teremos que ir além do ufanismo bocó em momentos específicos ou esforços abnegados de poucos.

Por fim, vale à pena ler a entrevista do ex-judoca Aurélio Miguel, no site Terra Magazine. Sintetiza bem o meu ceticismo para com os Jogos Olímpicos por aqui. Abaixo, posto alguns trechos.

Terra Magazine - Qual a importância dos Jogos para o Brasil? Como avalia a vitória do Rio de Janeiro?
Aurélio Miguel -
Eu vou avaliar como advogado do diabo: tem o lado positivo. Eu, como brasileiro... Eu não era favorável à Olimpíada aqui. Eu não sou favorável por falta de uma política nacional de esportes, onde haja investimentos diretos para os atletas, praças esportivas adequadas... Ontem, se não me engano, saiu uma foto do pessoal no Rio de Janeiro treinando em pistas inadequadas. Eu sou favorável, mas desde que tenha uma política nacional de esportes. Se não o que acontece? Só se faz para o evento; acabou o evento, acabou o esporte. O meu objetivo é, e sempre foi, fortalecer o esporte. Não porque eu vim do esporte. É porque eu sei a importância do esporte na vida do jovem, do adolescente, das crianças.

...

Mas será que o país vai reverter uma realidade esportiva acumulada há décadas em apenas sete anos?
Nós temos a experiência dos Jogos Pan-Americanos. Os anos que antecederam o Pan foram importantes para o esporte. E aí sempre se fala do legado que isso vai deixar. O país que pleiteia os Jogos Olímpicos não pode ter o descaso que está tendo, por exemplo, com o Complexo de Natação Maria Lenk. A própria confederação de natação queria fazer a Cidade da Natação aqui em Campinas, e tem lá pronto (no Rio de Janeiro) o Maria Lenk, que poderia ser um centro de referência, como tem na Austrália, nos Estados Unidos. Mas está lá abandonado. Ninguém cuida, virou um elefante branco. Os governos têm de saber que possuem a responsabilidade de administrar esses complexos futuramente. (tem de haver) Uma política nacional de esportes, não uma política momentânea de esportes. Aí eu sou contra. Outro aspecto que preocupa é quando dizem que vai custar tanto, e depois custa muitas vezes mais...

...

O quê?
A presidente (da confederação de ginástica olímpica) está querendo transferir a sede em Curitiba, esse centro de referência (da ginástica olímpica), lá para Sergipe. Isso é descabido. O que deveria ser feito? Continua esse que tá dando certo. Quer fazer outra unidade na região norte, nordeste do país? Ótimo, faça também. Mas deixe essa que está funcionando direitinho, que deu retorno e onde despontaram vários atletas.

Uma coisa não deveria excluir a outra...
Isso. É com isso que eu fico indignado como atleta. A falta de uma política. Se tá dando certo, deixa quieto onde tá dando certo. Quer abrir outro núcleo? Abre. Mas aí você vê que os estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro tinham equipamentos avaliados em cerca de R$ 2 milhões, que devem ter sido usados no Pan, e agora eles estão resgatando isso para um centro de excelência na própria Universidade. Quer dizer, estava parado! É um absurdo em um país que quer ter uma Olimpíada. É isso que deixa a gente indignado.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Jesus S/A

E o reino dos céus vai estar cheio de mercadores...

Aguardava o ônibus para ir ao trabalho nessa manhã e recebo um folheto de uma moça de saia azul marinho, camisa social manga curta branca e uma gravatinha em volta do pescoço. Trazia o cabelo amarrado, ao estilo coque. Nem precisei olhar o folheto para saber de quem se tratava: uma obreira – tipo de assistente de culto – da Igreja Universal do Reino de Deus.

Após a abordagem, leio o folheto. Era sobre uma vigília da paz, a ser realizada na praça do Papa – quanta ironia –, em Vitória, ES. No canto esquerdo do papelucho, algumas linhas com a indicação para o “pedido de oração”, além de lembrar a necessidade de levar o papel para a “concentração”. Até aí, nada demais.

Como quase sempre faço, olhei o verso do panfleto e fiquei intrigado com o que vi: um anúncio de uma escola de informática e idiomas! Aí já não entendi mais nada. Quem estava anunciando o quê? A igreja ou a escola? Ou seria uma parceria? Ou quem sabe, a escola pertenceria a algum figurão da entidade religiosa?

Vai ver é uma nova forma de empreendimento. Ou mesmo uma prova de que os irmãos universais do pai Macedo estão mais informatizados do que nunca.

É Jesus marketing corporation!

domingo, 4 de outubro de 2009

O passado

Revisitando o passado recente, vejo algumas coisas interessantes, como a defesa de Lula ao etanol criticando a produção de petróleo. Para o “iluminado”, a produção do petróleo influencia negativamente na produção de alimentos. Vendo hoje a sua empolgação com o pré-sal, fico a imaginar qual seria a posição do presidente?

sábado, 3 de outubro de 2009

Hit brasileiro mostra o momento da música brasileira

Na última quinta-feira a MTV realizou mais uma cerimônia de premiação que ocorre anualmente. Algumas bandas interessantes, outras não. Premiações justas outras nem tanto. Bizarrice, absolutamente, não falta. Uma em particular me chamou bastante a atenção.

Na categoria hit do ano, concorria gente como seu Jorge, Pitty e Skank. Ou seja, gostando ou não deles, é inegável o talento e acuro com que fazem música. Claro, nem sempre acertam. Mas são artistas acima da média, principalmente na atual conjuntura.

Porém, para o meu espanto – na verdade, nem tanto assim – quem saiu vencedor da categoria foi o tal NX Zero. O que dizer sobre isso? Não se trata de simples preconceito. Contudo, se no meio de tanta coisa interessante, ganha um grupo que faz música ruim, insossa, e apoiada pelos jovens, começo a compreender porque até nas novelas estão apelando a regravações de sucessos antigos para compor suas trilhas sonoras.

A música no Brasil anda em baixa. Ao menos aquela que anda pelos faustões e gugus – assim mesmo, em minúsculo – e freqüenta as rádios. Se há 10, 15 anos, tínhamos Rappa, Cidade Negra, Raimundos, Planet Hemp, Skank em total evidência e batendo de frente com “pagobregas” e axés, além de gente como Chico Science correndo por fora, mas próxima o bastante para até aparecer nos tais palcos de domingo, agora temos NX Zero, Fresno e outras coisas disputando com funk. Prefiro Zeca Pagodinho!

E não é por falta de trabalhos instigantes não. Bandas como Charme Chulo, produzem música boa e capaz de estimular a renovação – afinal, não dá para viver confiando a música apenas aos medalhões. Falta vontade para essa molecada ir além da obviedade.

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